UMA SOCIEDADE EM RITMO DE EJACULAÇÃO PRECOCE.



Tudo rapidinho. Uma velocidade espetacular empurra os fatos sociais, ladeira abaixo. Valores em mutações e muito mais rápidos do que o aparecimento desta imensa variedade de novos tipos de mulheres colocadas na fruteira da libido masculina, como, melancia, morango, jaca, maçã...
E quando aparecer a mulher-pepino, aí eu caio fora!
Um dos mais famosos sociólogos contemporâneos, Alvin Toffler, em seu livro A terceira Onda, definiu a nossa sociedade pós-industrial, como Era do Conhecimento e sua característica fundamental consolidada no que classificou de: "a morte da permanência".
Tudo nesta nova sociedade da informação é transitório, efêmero e descartável. É isso que nos leva ao estresse e ansiedade, pois não conseguimos ter controle sobre a enxurrada de novos fatos e problemas que ocorrem, exatamente, como numa indesejável ejaculação precoce.
Aí lembramos da piada do coelho que durante o rala e rola, perguntou para a singela e atônita coelhinha:
-Está bom, não foi? - Pobrezinha!
A maioria das pessoas pede aos profissionais que lhes dêem parâmetros e que as ajudem a terem certeza de que são ou não ansiosas. É natural, profissionais devem realmente ser consultados, mais enquanto, você não o procura, eis aqui uma dica do dia-a-dia para uma pragmática verificação desta morbidez:
Você aperta sempre a descarga do vaso sanitário, antes de terminar de urinar?
Quando você usa o controle remoto da televisão, o faz como se ele fosse uma metralhadora?
Ao conversar com alguém, só consegue ouvir a sua própria voz?
Se isto estiver acontecendo, é mau sinal!
As coisas ficaram assim, porque somos uma sociedade em transformação e movida por uma quantidade extravagante de informações, as quais não estamos conseguindo controlar e processar inteiramente. Daí a sensação que o tempo está correndo demais.
- Nossa, já estamos quase no final de um ano que começou ontem! - quem já não ouviu esta insistente lamúria?
Traduzindo: - Eu não estou conseguindo acompanhar a velocidade das exigências sociais, e aí sobra trabalho, portanto faltam dias!
Foi-se o tempo que dava para correr atrás. Atualmente, você perde de vista! Isto tem sido inevitável.
A nova sociedade muda, portanto, hábitos e costumes antigos. E aí entra a quebra de paradigmas sociais. Então é a vez dos sociólogos tentarem explicar com outros exemplos.
Nas estradas, diferentemente do trânsito nas cidades a cooperação e a solidariedade sempre foram comportamentos usuais. Não são mais. Verifique a defasagem entre intenção e resposta.
Um homem dirigindo seu carro cruza com o de uma mulher que vem em sentido contrário. Diminui a velocidade, bota a cabeça para o lado de fora e grita para ela:
- Vaca, vaca...
- É a sua mãe! Imediatamente ela retruca, sinalizando ainda com a mão apontando-lhe ostensivamente, com aquele dedo anular do xingamento.
Coitada, ao entrar na primeira curva dá uma trombada bem no meio de uma vaca vadia que passeava na estrada.
Para tranqüilizar, no entanto, todos aqueles que acham que tudo está indo para o brejo, é bom lembrarmos que o aumento da expectativa de vida é uma realidade, no mesmo ritmo que as conquistas da biomedicina e engenharia genética vão aprendendo a ler as letrinhas do código da vida. Não faz muito tempo que você começava a dismilinguir muito mais cedo, apresentando aqueles tradicionais sintomas:
A pupila diminui, o cristalino enrijece, e, portanto, há perda de nitidez na visão e na percepção das cores, além do alto risco de catarata. Ou seja, estão apagando a luz! Você está entrando novamente na idade da remela.
Além da luz, o som, também está meio confuso e baixo, parece estação de rádio mal sintonizada. Isto se chama surdez.
E os pulmões? Se você fuma, além de um pantanal de nicotina, nele impregnado, estará ocorrendo perda de elasticidade dos alvéolos. Sente-se falta de ar e pouca vitalidade. Pode apostar num indesejável enfisema.
Barriga? Bem, repare que você já tem alguma ou total dificuldade de ver, em toda sua plenitude e exuberância de tempos idos, o seu escondidinho órgão genital. O excesso de tecido adiposo acumulado nesta região, provoca diabetes, problemas cardiovasculares e, dependendo do estágio, impede, definitivamente, de você beijar na boca, estando de pé. Pense bem o que você está perdendo!
Suas artérias endurecem - não se entusiasme, são só as artérias, pare com estas fantasias - elas entopem, algumas estouram, vem à hipertensão. Quer mais? Os rins começam a fazer greve e seu jato de urina que, antes parecia uma mangueira de bombeiro, agora está mais para uma bica de casa, sem água na caixa. Se pingar, já é lucro!
A sua próstata precisa também ser verificada através da introdução - sadomasoquista - de um dedo através da única via mais próxima, para procrastiná-la. Nem vou aprofundar!
Enfim, tudo isto agora ficou para muito mais tarde. Vive-se muito mais e para agradecer a Deus por estas mudanças seria muito bom você deixar seu carro em casa, não jogar colchão dentro dos rios, aposentar a motoserra, esquecer os agrotóxicos, não fazer contrabando de animais, parar de poluir o céu, a terra e o mar e por uma robusta e definitiva razão: é por aqui que nós vamos ter que nos aturar por muito mais tempo. E agora quem começa a dismilinguir é o planeta. Se é que me fiz entender!

A NOVA MULHER SE ESCREVE COM BOM SENSO



A nova aparência feminina continua inalterada. Traços faciais emoldurados por cabelos sempre cuidados, sobrancelhas acertadas milimetricamente com pinças, lábios pintados por reluzentes batons, brincos dependurados e colares cada vez mais criativos entre outras demonstrações explicitas de vaidade.
Descendo um pouco mais, notamos que o seios - salvo alguns acidentes de percurso e algumas descompensações no alinhamento - continuam um ao lado do outro - na maioria dos casos - e alguns tantos maxi-siliconados, daqueles que dispensam até os airbags originais dos seus carros. Como os americanos do norte sempre insistiram em chamar estas imensas bolotas, de seios, aqui pelo cone sul passamos a adotar a mesma nomenclatura.
O homem latino sempre teve em relação ao seio uma certa parcimônia, afinal emotivo e muito apegado às lembranças da infância, tem nas recordações maternas o mais puro sentimento relacionando aquele seio bom e provedor da vida. Isto causam –lhes, por vezes, reações paradoxais. Afinal, dizem que onde se ganha a vida não se come à carne. É assim? Não acho que o ditado é diferente, sei lá!
Apesar de que estas rememorações serem muito relativas e pouco consistente, na hora que os instintos de reprodução explodem testosterona até pelos ouvidos. Afinal, se estas coisas de sentimentalismos em relação as nossas infâncias fossem mais forte, a ato sexual ficaria
inviabilizado, pois, todos os homens vêm ao mundo e saindo do mesmo lugar e nem por isso, revelam surtos de inapetência pelo órgão feminino responsável pelo passaporte de suas sobrevivências. Pelo contrário são tão cobiçadas que a própria natureza as escondeu bem discretamente, porque senão nenhum homem sairia de casa para trabalhar! Escondidinhas já são achadas insistentemente, imaginem escancaradas! A natureza é sábia.
Olhando-as de trás - vemos que apesar da mulher melancia exagerar um pouquinho - a visão que nos entusiasma, é mesmo esta parte especialíssima delas, incluída como a preferência nacional masculina. Nem os poetas se atrevem a colocar o bumbum como suas obras eternas de rimas. A não ser os amadores e iniciantes que o fazem de maneira chula!
No entanto, não é por fora que deveremos analisar esta tão discutida e anunciada Nova Mulher e nem inspirados em serie da cinematografia televisiva, pois esta mulher não é moda, não está correndo atrás de audiência. Estão sendo formatadas por seus novos hábitos, usos e costumes, síntese de muito aprendizado anterior que parece lhes colocou no meio termo ideal.
Realmente, a Nova Mulher é jeito interior se ser. Suas ações, preferenciais ou ao portador, parecem estar mais valorizadas na bolsa dos valores sociais e, hoje renascem das cinzas como mulheres menos sôfregas, lamurientas, inseguras, com paranóias ou idéia fixa de casamento como forma de sobrevivência, lar, filhos e cheiro de fraldas usadas de bebes nas mãos, mesmo depois de bem lavadinhas.
Par
ece que aquele bando de mulheres meio perdidas na confusão daquelas mudanças iniciadas nas décadas de 60 e 70, radical nos seus conceitos de liberdade e emancipação assustou o homem e, tiveram até que inventar o Viagra. Afinal o que interessa ser radical e ficar na mão? Homem, realmente foge de mulher-Maguila.
Esta Nova Mulher é o meio termo que aprendeu a ir à luta por espaços sociais e não lutar contra o homem ou a ele querer igualar-se. Após os anos mais frenéticos dos movimentos feministas, parece a que a Nova Mulher foi se esquecendo daquelas lideranças femininas que falavam com voz muito grossa, fumavam charuto, estavam sempre dispostas a partir para a violência e tratavam o homem não como parceiro, mais sim, como adversários.
A N
ova Mulher é sábia. Não quer confronto, admite as posições diferenciadas, não radicaliza segurança nem se deixa levar pela submissão, porém sabe que não devem cometer algumas impropriedades, pois não fazem parte da natureza feminina como:
- Falar palavrões, palitar os dentes, sair dos banheiros dos restaurantes ainda abotoando o zíper, ir aos jogos de futebol de chinelos e ficar com pés enegrecidos, cuspir feito lagarta como se estivesse participando dos famosos cuspe à distância, ter chulé, cheiro debaixo dos braços, mau hálito, fazer gestos obscenos com as mãos daqueles bem conhecidos, discutir no trânsito, berrar na rua, andar feito homem embalançando o corpo feito malandro, fumar, beber e ficar com a boca cheirando a alambique de quinta categoria, viver se jogando nos pescoços dos homens, beijá-los na boca em público para mostrar aos respeitáveis transeuntes que não é um beijo técnico, facilitar excessivamente a transa, transar por modismo, achar que o trabalho é primordial à família, privar os filhos do colo insubstituível, e não ter consciência que o homem até colabora, mas é ela quem educa a ninhada. Não tem saída!
Por outro lado, e absolutamente paradoxal que apesar desta Nova Mulher emergente, nunca se constatou tamanha perda da identidade feminina como atualmente. Mulheres que só têm como ideal:
- Fazer um book para mostrar nas agências, participar de programas que as promovam a pousar nuas em capas de revistas, usar o corpo como matéria de troca, esquecer que pensa, ter com ideal casar com cantores ou jogadores de futebol, acreditar que garota de programa é uma profissão como outra qualquer, pensar que beijar na boca e o mesmo que comer pipoca, dar mole, dar muito e dar errado!
Gostaria de colocar estas contradições para discussão.