A NOVA SENHA DA ANTIGA NOVA SENHA BANCÁRIA !




Fiquem tranqüilos.

O título não está errado, ninguém tomou litros do chá de Santo Daime, que deixa todo mundo doidão, enfim está tudo sob controle e eu explico.

Recebi uma carta do banco, dizendo em educadíssimo e gentil texto que agora eu teria uma nova senha informatizada que seria xoxotei e que quando eu quisesse acessar o Disk Bank, deveria digitar esta senha e, após, o primeiro acesso eu poderia mudá-la, por outra que fosse da minha preferência?

Já fiquei contrariado com isso: esses caras pensam o quê? Que eu sou tarado em senha? Que vivo sonhando em levar uma nova senha para cama todo dia? Afinal, o que eles quiseram dizer com aquela insinuação sobre uma nova senha que fosse da minha “preferência”?

Então, respeitando as regras do jogo, no primeiro acesso ao banco eu já coloquei a nova senha informatizada da minha “preferência”, e pensei numa que tivesse uma boca bem carnuda e gostosa, aqueles cabelinhos no braço fininhos tipo pêssego, uma nádega atrativa, aquele coxão invejável, uma voz meio rouca, quente e um rostinho de fazer qualquer homem, querer levá-la ao restaurante depois para o teatro e a seguir: cama!

Não necessariamente nesta ordem!

Para minha surpresa em todos os outros acessos que fiz ao tal Disk Bank, me informavam que havia erro na nova senha e me passaram para a atendente.

-Boa noite, senhor. Meu nome é Roberta...Com quem eu falo, por favor?

-Comigo - respondi em tom cruel, debochado e arrogante.

-Pois não, senhor Comigo, em que posso servi-lo?

- Bem querida, aí, varia muito! Desculpe , eu só penso besteiras. Sabe depende muito dos seus horários, das suas motivações...

-Não entendi senhor, Comigo.

-Então deixa pra lá – respondi, praticamente resmungando feito uma criança que não ganhou o doce que pediu.

-Qual é o seu problema, Comigo?

-Com você nenhum. É que o banco está dizendo que minha nova senha informatizada, não está correta.

-Quantas tentativas o Senhor já fez

-Três.

-E nada? – perguntou surpresa.

-É minha filha na idade que estou três tentativas e um belo sono, é tudo o que resta desta festa - e dei boas gargalhadas.

-Não entendi senhor.

-Deixa pra lá, foram só mais três tentativas, entre tantas.

-Ah, sim.- e deu um risinho de sacana.

Logo em seguida perguntou uma serie de dados para confirmar minha identidade tipo, se eu gostava de feijoada, se alguém na minha família era gay, se eu era adotado, e finalmente qual meu estado civil.

Bem depois de tudo respondido ela pediu um tempo para aprofundar mais a procura de uma solução.

Confesso que aquela palavra “aprofundar” me excitou. Uma besteira, né? Pois é, mas como quem se excitou fui eu desculpe, portanto,vocês não têm que dar palpite nenhum nestes meus fetiches vernaculares. Certas palavras me excitam. Pronto!

E Roberta retornou:

-Não encontrei nada.

Logo em seguida retruquei:

-É porque está muito frio, sabe como é, encolhe mesmo, entendeu? No calor os corpos cavernosos, dilatam com mais facilidade.

- Cavernosos? Como assim? Não entendi senhor.

E sempre que Roberta não "entendia" eu pensava que era uma provocação sensual, um jogo de sedução, e ficava mais envolvido, pois a real ingenuidade feminina, me coloca a beira da loucura.

-Posso fazer um negócio para o senhor? perguntou Roberta com voz de locutora de aeroporto.

Antes de responder fiquei pensando naquela atendentizinha ingênua, fazendo coisas gostosas comigo, de shortinho jeans curtíssimo, com o nome do banco escrito numa camiseta branca fininha toda molhadinha e deixando transparecer aqueles dois seios – e pena que não fossem mais - absolutamente acesos, olhando cada um para um lado.

E assim fiquei, viajando...

-Posso?- indagou Roberta demonstrando uma certa ansiedade.

-Ah, sim, pode!

-Eu vou fazer o seguinte: vou lhe dar uma nova chance e deixar que o senhor digite uma nova senha, em substituição àquela antiga nova senha bancária que o senhor tinha, posso?

-Roberta, você é casada?

-Casada senhor. Retornei a muito tempo da minha lua mel! – disse como se ainda estivesse lambendo os beiços e rindo delicadamente, com um certo ar nostálgico de “quero mais”.

-Então, eu deixo, mas vamos fazer uma troca, Roberta?

-Que troca senhor?

Já com a respiração acelerada, as narinas abertas, o rosto queimando e a ponta das orelhas em brasa, disse quase em voz de súplica, imaginando o melhor.

- Roberta, depois você deixa eu também ter a chance de uma nova lua de mel com você, em substituição àquela antiga nova e única lua de mel que você, já faz muito tempo, teve?

-Que é isso senhor, Comigo?

-É, com você mesmo sua gostosa! Adorei sua ingenuidade, sua voz trêmula de ansiedade e as insinuações provocativas escondidas nestas suas propostas de novas chances.Pensa que não estou notando seu comportamento de mulher pecado, e sedenta por um homem que a faça esquecer completamente a sua primeira lua de mel? Então, posso continuar fazendo novas tentativas?

-Ah, o senhor é tão engraçado...Tentativa, pode! – disse dando boas risadas lá do outro lado.

É isto. Além da nova senha, ganhei uma nova amiga atendente.

E como atende, pessoal.

Nossa! Coisa de louco!