DADINHA!

Era uma mulher sensualíssima e desde sua juventude muito assediada por verdadeiras hordas intermináveis de homens que lhe dedicavam suas atenções. Dadinha parecia peixe raro para pescadores, pedra preciosa para os mineradores da beleza feminina, o néctar das flores do beija-flor, ávido por encontrar novos sabores e poder sugá-los.








E Dadinha, era muito sensual. Hoje uma mulher de pouco mais do que cinqüenta anos, exibia uns seios naturais, um exatamente ao lado do outro, e sempre acesos com seus mágicos faróis iluminando toda a sua estrada e enlouquecendo os transeuntes atentos aos detalhes da magia feminina. Aliás, Dadinha gostava que todos vissem que eles estavam sempre acesos como aqueles faróis tão necessários naquelas ilhas à noite indicando aos navegadores dos mares revoltos deste mundo em constantes perigos, os melhores e mais seguros caminhos neste imenso mar do amor e erotismo feminino.



E para facilitar a navegação erótica dos pretendentes, não usava sutiã e sim, blusas de tecido muito fino,e que tornava ainda mais explícitos os contornos dos seus belíssimos seios .





Uma alegria geral.


O corpo de Dadinha comovia pela exposição de tão marcantes e perfeitas curvas e levava às lágrimas todos aqueles que não podiam cavalgar naquele majestoso dorso ou desfrutar daquele acolhedor oásis de prazer que eram suas ancas lindíssimas a sustentarem um abdome absolutamente, irresistível.





Dadinha era para os homens ,como diriam os antigos - um colírio para os olhos - e assim gostava de se sentir e os homens muito mais ainda , de senti-la desta forma.


Ou seja, todo mundo sentia, como se estivessem indo para o paraíso!





Muito evoluída espiritualmente também, Dadinha sabia que era dando que se recebia, e o fez desta forma para cada um dos seus homens eleitos e que conseguiam furar o bloqueio da sua defesa, assim como a cada um dos seus quatro ex-maridos com os quais Dadinha teve um filho de cada um deles e todas meninas lindas como a mãe.


Era convidada para ir ao cinema por cem por cento dos seus namorados e diariamente, numa época em que era no escurinho do cinema que, se desenrolava ao vivo, as mais intensas demonstrações de carinho, amor e afeto com muita pipoca o que tornava muito mais prazeroso o filme - sem nenhum trocadilho ou duplo sentido, por favor.





E sexo era também, preferencialmente,praticado em carros a beira do mar, em muros de ruas escuras,escadas de edifícios invadidos pela volúpia dos prazeres, pois os motéis seriam comodidades só para as futuras gerações.


Dadinha era uma usina de procriar, orgulhava-se de ser uma mulher parideira e teve quatro filhas de parto natural e as amamentou até aos dois anos! Talvez aí estivesse o segredo da beleza do seu corpo .





Dadinha sempre falava que mulher deve parir por onde foi fecundada e não por cirurgias que tirassem do parto a sensação e as emoções da mulher que entre uma respiração e outra , sentia o latejar do filho que já estava a caminho e que, o leite materno, não tinha competidor no mercado das prateleiras dos supermercados.


As filhas de Dadinha foram crescendo e tornando-se tão lindas e de corpos tão perfeitos quanto à mãe, agora uma cinquentona, mais absolutamente com tudo em cima, e um belo exemplo de que, mulher não tem idade e sim, disposição!






Suas filhas começavam a sentir que apesar de novas e no auge das suas juventudes , e apesar de serem muito bonitas, não conseguiam competir com a mãe , pois os homens continuavam a enlouquecerem com sua beleza.





Notava-se até certo ciúme delas em relação a este fato. É polêmico, mas alguns chegavam a afirmar que era inveja mesmo. Mas, será que a filhas nutrem este sentimento tão condenável , pelas suas próprias mães?





Eu não acredito, no entanto não sou mãe , nem filha, portanto...


Na ocasião em que um cantor gravou uma música na qual dizia que :”panela velha é que faz comida boa”, Dadinha ganhou dezenas de cds’e dvd’s desta música dos seus admiradores que, sem saberem que estavam sendo repetitivos na criatividade e no presente, entupiram a casa de Dadinha destes sugestivos afagos.


E sempre no dia do seu aniversário, no Dia das Mães , no Natal, no Dia Internacional da Mulher e em dias especiais que Dadinha prefere não comentar.



As dedicatórias eram as mais entusiásticas como as de duplo sentido, como esta que dizia:


-“Dadinha quero entrar de cabeça em você” – expressão enigmática, sem dúvida!


Ela escreveu um livro que será naturalmente um absoluto Best Sellers é o titulo é: “Não foi surfando, que dei o melhor de mim”.


A primeira frase do livro é antológica, na qual ela confessa que:


-“Nunca fui Bruna Surfistinha, porém continuo a dar muito, e a receber muito mais em amor, carinho, afeto e amizades, ou seja sou a versão bíblica de que é dando que se recebe, mas sem fins lucrativos, pois reconheço que entre um homem e uma mulher a mutua doação nos torna maiores, mais humanos e mais felizes.


Gosto de ser assim”.


Nossa minha gente, chorei muito de emoção nesta parte tão singela e autentica deste depoimento e, principalmente de raiva, por não tê-la conhecido.


Imperdoável, desencontro!