HÁDESER-O PAÍS DO FUTURO CAPITULO 3



                         A SEGUNDA GRANDE DISCUSSÃO COM A EDITORA.

 A QUESTÃO DA ORELHA


Além de terem mudado meu nome para um que fosse mais atrativo para o marketing e a mídia em geral ,no qual eu deixei de ser Paulo Tamburro para ter que engolir este nome globalizado, internacionalizado  e metido à besta  de Paul Tamburrowisk veio a segunda grande desavença entre este autor e a editora:É que ela queria que o livro tivesse uma orelha e eu achava pela dimensão histórica da obra,deveria ter sim, mas um rosto completo
Em principio recusei‑me a permitir a inclusão de somente uma orelha neste livro. Durante algumas semanas ponderei junto ao dono da editora que Hádeser, nos traria um resgate de um passado absolutamente, desconhecido pela humanidade e pela magnitude histórica dos ensinamentos que aqui serão oferecidos ao grande público e a classe política em geral ‑ que poderão até mesmo servir de balizamento programático para os futuros governos sejam eles de tubarões, lulas, camarões ,peixe espada ou baiacu ‑ este livro merecia ter um rosto completo. repito,e não e tão somente uma simplória orelha.
No entanto, os burocratas de plantão fincaram pé naquilo que diziam ser "norma da editora e impossível de ser alterada". 
Um deles até numa atitude grosseira disse que “era melhor ter a tradicional orelha do que uma cloaca”. 
Como ele me pegou desprevenido com esta palavra fui correndo ao dicionário saber o significado daquele troço e la estava que cloaca é a cavidade onde se abrem o canal intestinal,o aparelho urinário e o genital das aves granivoras em maioria,dos repteis,dos anfíbios, dos peixes cartilagíneos e mamíferos monotremados.
Resumindo:Onde saem as fezes, a urina, o esperma e os ovos.
Após ter aquele choque de constrangimento com a contundência comparativa daquela afirmação do conselheiro da editora , reconheci que uma orelha seria o menos pior, pois, espantava aquela indesejável cloaca do meu livro apesar de destruir meu sonho de poder colocar um rosto completo em Hádeser - O país do futuro.

Superado aquele impasse burocrático, afirmo que o livro trata de relatos fantásticos sobre uma antiga nação que existiu, provavelmente onde ninguém sabe e, muito menos de mais nada que possa ser esclarecido. No entanto, o achado do seu material histórico gravado em latim vulgar em varias fitas‑cassetes encontradas na gruta do Pinto Caído no interior do Piaui as quais mandei traduzir, contratando um seminarista que me cobrou duzentas e oitenta e cinco velas daquelas  imensas que duram 30 dias, por cada hora de gravação, irá revelar uma nação como nunca, outra existiu. 
Paguei sem regatear, apesar dele ter declarado não saber o que faria com tantas velas e tão grossas,caso não obtivesse êxito como seminarista. Afinal, enfiar aquilo tudo onde? Deixou de ser problema meu!

Hádeser é um épico da esculhambação sócio‑politica e econômica de uma época tão pretérita ‑ se você não conseguiu entender o significado desta palavra sugiro procurar uma revista em quadrinhos e que só tenha quadrinhos ‑ mas que em vários momentos parece ser aqui e agora. A devassidão das atitudes em todos os setores da sociedade Hádeseriana supera em muito as verificadas nas torcidas organizadas nas arquibancadas do Maracanã ou das maracutaias políticas brasileira. É um livro de leitura obrigatória para todos os nativos que sempre ouviram, continuam a ouvir e, pelo jeito ouvirão ainda por muito tempo, esta secular, irritante e despudorada frase “de que seremos o país do futuro”.
Confiram na história de Hádeser as verossimilhanças com algumas nações contemporâneas nas quais, ou você já ouviu falar ou encontra‑se milagrosamente sobrevivendo, como um cego, surdo,mudo ou imbecilizado socialmente.
O que absolutamente, não é o seu caso, o meu,enfim o nosso caso!
                                                                                                             CONTINUA...

HÁDESER O PAÍS DO FUTURO: CAPITULO 2.
                                                            by Paul Tamburrowisk



DESCRIÇÃO SUMARÍSSIMA E EXPLICATIVA SOBRE A BUROCRACIA OPERACIONAL E TIPOGRÁFICA, QUE ENVOLVEU A ESCOLHA DA CAPA DESTE LIVRO E AS PENDENCIAS JURÍDICAS -SEMPRE EM MODOS IN REBUS - QUE ESTIVERAM EM OPOSIÇÃO.
AGORA, IMAGINEM O QUE AINDA VEM POR AÍ.


A RAZÃO ESSENCIAL DA QUESTÃO: PODERÍAMOS COLOCAR O MAPA DO BRASIL DE CABEÇA PARA BAIXO NA CAPA DO NOSSO LIVRO?

                                          
                                                     HÁDESER :O PAÍS DO FUTURO!


  


Foram propostas vários tipos de ilustrações e qualidade de materiais para a elaboração da capa deste nosso livro.
Em princípio, não gostamos de nenhuma.
Das sugestões apresentadas, todas foram deletadas, isto porque, sempre acreditamos que esta obra merecia algo muito melhor, e optamos, ao invés de capa, por um guarda-chuva. É verdade que jamais deixaríamos de considerar, também a hipótese de um belíssimo manto aveludado, podendo também fazer concessões para as elegantes galochas usadas em grandes, médios ou pequenos temporais pelos mais precavidos e, a qualquer tempo pelos imbecis. E o que é um imbecil? A definição clássica de imbecil é aquele tipo de personagem que, geralmente apresenta-se com um ranho amarelado na borda dos olhos e uma gotícula de cuspe espumante branco nos cantos da boca.
Sempre fomos da opinião que capa fica muito bem em jogador de futebol sentados no banco de reservas.Porém a empresa contratada por nós e que ganhou licitamente a licitação licitada ilicitamente...Êpa, what porra is that? Espera aí.Ganhou lícita ou ilicitamente? Realmente, não seria nesta nossa contratação em particular, que deixaria de haver uma bulha,sinônimo de confusão geral e, até um certo cheiro de corrupção explícito, no ar.Para dirimir dúvidas existentes sobre a matéria licitatória,resolvemos solicitar parecer consubstanciado do advogado o Dr. Roubamos leys, Chefe da seção jurídica da nossa empresa e que esclareceu-nos o seguinte: 
Existe uma lei de número 84765896345/ 2007  que combinada aos artigos 28 a 1543 da Constituição Federal da nossa república e , atrelada aos incisos 12 ,14 a 197 do Código Canônico, editada na Bula do xarope (desculpem falha de digitação) Bula Errata do ano de 1567 pela Camerata de Viena em lá sustenido menor, e outros diversos andamentos como o alegretto e o alegretto non tropo que autoriza nossa pretensão de virarmos o mapa do Brasil de cabeça para baixo e termos sim uma capa para o nosso livro.

Portanto, finaliza o Dr. Roubamos que existe uma lei clara, concisa e objetiva sobre a matéria em discussão, não cabendo recurso de nenhuma das partes litigantes sob pena de sério atentado a jurisprudência estabelecida. 
Desta forma é inevitável, segundo o Dr. Roubamos que o nosso livro tenha capa e não galocha ou guarda-chuva como tantos outros desejavam. Nossos opositores não aceitaram as explicações, segundo eles um pouco confusas, do emérito tribuno, resolveram apelar para a Suprema Corte e, receberam a informação sumária que a decisão definitiva em caráter irrevogável -apesar do pedido de urgência urgentíssima- seria proferida daqui a sessenta e seis anos quatro meses, vinte e dois dias, catorze minutos e uns poucos tantos segundinhos.Ou seja, esta é o tipo da  decisão  jurídica que só os bisnetos dos meus opositores, irão tomar conhecimento.Irão?

                                                                                      CONTINUA...